Historia do petroleo

 

 nesta pagina alguns artigos sobre esta riqueza nacional que movimenta o mundo, uma boa dica é pesquisar na net sobre o assunto. a Petrobras mantem um site com muitas informações, e diversos artigos podem ser encontrados na internet.

 

 

Petróleo - O Ouro Negro


PLANETA TERRA - DEZENAS OU CENTENAS DE MILHÕES DE ANOS ATRÁS

Organismos aquáticos, vegetais e animais, proliferam nos mares, apresentando uma lenta porém constante degradação bacteriológica. Esta matéria orgânica decomposta migra para camadas superiores do subsolo e se concentra em rochas permeáveis que atuam como um reservatório. O conjunto dos produtos provenientes desta degradação são hidrocarbonetos e gases que futuramente seriam conhecidos como petróleo, ou seja, o "óleo de pedra" ou o "ouro negro" um produto que daria um impulso extraordinário ao desenvolvimento econômico da humanidade mas que, em contrapartida, seria o pomo da discórdia que levaria muitos povos à guerra.

Conheça agora um pouco de sua história, como tudo começou e de que forma esta aventura humana poderá terminar.

LOCALIDADE DE HIT, MESOPOTÂMIA, ÀS MARGENS DO RIO EUFRATES, NÃO MUITO DISTANTE DE BABILÔNIA (ONDE HOJE FICA BAGDÁ) - 3000 a.C.A

Uma substância natural rica em carbono e hidrogênio, lodosa, semi sólida, chamada betume, também conhecida como asfalto, assoma à superfície através de fendas e fissuras e é largamente utilizada, acredita-se que desde 5000 a.C., como argamassa nas construções de Babilônia e até mesmo na muralha de Jericó.

Há registros de sua utilização no Egito, até como coadjuvante no processo de mumificação.

O betume é utilizado também como impermeabilizante e na pavimentação de estradas. Apesar de ser altamente inflamável é pouco utilizado para a iluminação e, como ocorreria mais tarde nos Estados Unidos, é muito usado como medicamento.

Acredita-se que o betume serviria também como poderosa arma de guerra já que relatos de Homero na Ilíada falam de ataques a embarcações com bolas de fogo que não podiam ser apagadas. Relato similar também é feito quando do ataque de Ciro, o rei da Pérsia, à cidade de Babilônia.


CHINA - 200 a.C.

Ao escavarem poços em busca de sal, os chineses
descobrem óleo e gás que devidamente canalizados
são usados na iluminação e como combustível. Posteriormente, Marco Polo fará referência ao uso de "pedras negras que são queimadas como se fossem pedaços de madeira", ou seja, o uso do carvão mineral conhecido na China desde o início da era cristã.


ARMÊNIA, FRONTEIRA COM A GEÓRGIA - 1260 DE NOSSA ERA

Marco Polo em sua viagem à China, passa pela Armênia e na fronteira com a Geórgia observa e relata em seu Livro das Maravilhas uma grande fonte da qual "sai um licor semelhante ao óleo, em tal abundância que podem carregar-se cem navios de uma só vez". O maior viajante de todos os tempos nota que o óleo era utilizado para queima e servia também para untar os camelos protegendo-os de doenças.
 



 

EUROPA - IDADE MÉDIA EM DIANTE

Estranhamente, o conhecimento sobre o petróleo ficaria restrito ao Oriente e, com raras exceções, não chegaria ao Ocidente. Tal fato talvez se explique porque as ocorrências de betume ficavam além das fronteiras do Império Romano, sendo relatadas apenas como curiosidade, não sendo transmitido às futuras nações ocidentais. Mas há relatos que dão conta, a partir da Idade Média, da ocorrência de petróleo em algumas localidades da Europa, sendo os poços cavados manualmente pelos camponeses. A técnica do refino chegou à Europa transmitida pelos árabes, mas o petróleo é usado apenas como uma panacéia por antigos monges e médicos.
 
NOROESTE DA PENSILVÂNIA - ESTADOS UNIDOS - 1853 - UMA PRIMEIRA VISÃO DO FUTURO

George Bissell era um professor e advogado em Nova York, um verdadeiro "self made man", que se auto sustentava desde os doze anos. Ele falava muitas línguas mas também tinha um faro excepcional para negócios.
Em !853, de volta a sua terra natal, Bissell, quando ia visitar sua mãe, passa pelo oeste do Estado da Pensilvânia e vê, pela primeira vez, naquela região isolada dos Estados Unidos, o "óleo de pedra" borbulhando nos mananciais ou vazando nas minas de sal das florestas da região. Alguns poucos barris eram obtidos por métodos bem primitivos, escumando o óleo que ficava na superfície dos mananciais e dos córregos ou embebendo-o em trapos e cobertores. Era conhecido como "Óleo de Sêneca" em homenagem aos índios da localidade, que transmitiram aos brancos o conhecimento de sua utilidade como remédio tanto para os homens como para os animais.
 


HANOVER, ESTADO DE NEW HAMPSHIRE - ESTADOS UNIDOS - MESMO ANO DE 1853 - UMA SEGUNDA VISÃO DO FUTURO 

Mais tarde George Bissell, após visitar sua mãe, vai rever sua antiga faculdade o Dartmouth College e eis que uma garrafa colocada em cima de um armário na sala de um professor,
chama-lhe a atenção. Na garrafa há uma amostra daquele mesmo óleo de pedra da Pensilvânia, muito utilizado como remédio. Ele sabia que aquele líquido negro e viscoso era inflamável e, num lampejo, concebeu a idéia de que o óleo poderia ser utilizado não como remédio mas sim como iluminante.

Aqui há necessidade de se abrir um parêntese: Naquela época o mundo e especialmente os Estados Unidos viviam uma grande crise relacionada com a iluminação. A explosão populacional e a Revolução Industrial aumentaram sobremaneira a necessidade de um iluminante que até então se baseava no uso de um simples pavio impregnado de alguma gordura animal ou óleo vegetal. Os mais abastados usavam o óleo de baleia, de melhor qualidade mas de preço mais alto. Mas os cachalotes do Atlântico já estavam em processo de dizimação e os preços com isso se elevavam muito.

Havia outros produtos como o canfeno, um derivado da terebintina que soltava muita fumaça e as vezes costumava explodir na casa das pessoas. As ruas e algumas casas eram iluminadas pelo chamado gás urbano, destilado do carvão que era colocado nos lampiões. Mas o gás era caro e pouco confiável e em 1854 o canadense Abraham Gesner desenvolveu um processo para extrair óleo do carvão ou do asfalto. Chamou o produto de "querosene" de "keros" e "elaion", palavras gregas que significam "cera" e "óleo". Mas o problema principal ainda persistia, ou seja, o custo era muito elevado e a quantidade produzida insuficiente.

Bissell sabia que sua idéia só vingaria se ele conseguisse resolver estes dois problemas: um óleo iluminante que pudesse existir em grande quantidade e que pudesse ser fabricado a baixo custo. Mas ele levou sua idéia adiante e tratou de conseguir investidores, convencendo-os de que estavam diante de uma grande e rendosa descoberta. Seu entusiasmo era tanto que conseguiu arrecadar o suficiente para contratar um renomado professor de química da Universidade de Yale que faria uma pesquisa na região e analisaria detalhadamente o produto. Os resultados foram amplamente favoráveis. O óleo podia ser levado a vários níveis de ebulição e com isto ser refinado, obtendo como subproduto um óleo iluminante de altíssima qualidade. Logo porém surgiu a primeira dúvida para os participantes da recém fundada Pennsylvania Rock Oil Company de Bissell: Haveria bastante óleo à disposição ou, como muitos diziam, eram apenas um gotejamento das fendas subterrâneas do carvão?

NOVA YORK - UM DIA QUENTE DE 1856 - A TERCEIRA E DEFINITIVA VISÃO DO FUTURO 
Bissell que já tivera dois lampejos anteriores teria, numa tarde quente do verão novaiorquino, um terceira visão que seria definitiva para a implantação da indústria do petróleo. Bissell, ao se refugiar do calor, procura abrigo no toldo de uma farmácia e vê então numa vitrine a propaganda de um remédio feito a base de petróleo. O cartaz mostrava várias torres de perfuração das que eram usadas nos poços de sal, onde o petróleo acabava aparecendo como uma espécie de subproduto. A técnica de perfuração de poços de sal havia sido desenvolvida pelos chineses há mais de um século e meio, alcançando quase 1000 metros de profundidade. Da China a técnica foi importada pela Europa e de lá chegou aos Estados Unidos. O olhar arguto de Bissell logo vislumbrou uma possibilidade nova: Porque não utilizar a mesma técnica de perfuração do sal para o petróleo?

E assim foi feito. Mas inúmeras dificuldades surgiriam num processo interminável de erros e acertos com todos achando que Bissell e seus companheiros eram loucos. Quando o processo já estava quase sendo abortado, em 27 de agosto de 1859, a broca ao atingir 21 metros de profundidade deslizou mais alguns centímetros e fez jorrar petróleo no poço, dando início a uma agitação similar a corrida do ouro da Califórnia. Estava nascendo a "Luz da Era", uma iluminação forte, brilhante e barata.

Bissell, naturalmente ficou rico mas fez inúmeras obras filantrópicas doando inclusive dinheiro para a construção de um ginásio no Dartmouth College onde ele havia visto a garrafa de óleo de pedra que lhe permitiu uma visão do futuro.

Além da querosene outros usos do petróleo foram sendo incorporados como a vaselina e a parafina e, principalmente, como lubrificante, essencial para o bom funcionamento das máquinas da nascente atividade industrial.

Em 1882, outro americano, Thomas Alva Edison, abriu as portas para o surgimento de uma "nova luz": a elétrica.

Que futuro teria então o petróleo? O que a Standard Oil, já então a maior empresa do mundo, fundada por John D. Rockefeller, faria com os milhões de dólares investidos na produção, refino, armazenamento, distribuição e transporte do petróleo que estava quase que totalmente voltado para a iluminação?

Se uma nova descoberta revolucionária ameaçava o
império do petróleo, podendo fechar as portas do lucro,
outra descoberta, também revolucionária, viria a ocorrer "salvando" o petróleo e abrindo caminho para uma união que perdura até nossos dias: a " carruagem sem cavalo", nosso velho conhecido automóvel.
O resto da história é sobejamente conhecido. Os campos de petróleo se espalharam pelo mundo numa empreitada de guerras, invasões, ganância, dinheiro e poder. O petróleo passa a ser a principal fonte de energia mundial, transformando a paisagem contemporânea e o modo de vida moderno. Seus subprodutos passam a ser fundamentais para a agricultura, como fertilizantes, para a indústria química, de plásticos e tantas outras mais, tornando-o indispensável para os novos tempos. Os trustes, o poder econômico, podem agora construir ou destruir nações, correndo muito sangue em nome daquele que um dia havia sido saldado como o exterminador da escuridão.
 
A ERA DO PETRÓLEO - ATÉ QUANDO?

Ainda vivemos a "era do petróleo" mas dois fatos levam-nos a questionar sua durabilidade. O primeiro deles diz respeito a possibilidade cada vez mais presente das fontes naturais se esgotarem brevemente. O segundo se relaciona com o uso indiscriminado e desregrado do petróleo, ocasionando gravíssimos problemas ambientais, com uma poluição crescente que ameaça toda a humanidade.

Nosso Planeta prescinde de uma fonte energética que seja renovável, economicamente eficiente e ambientalmente benigna. A energia solar, por atender todos estes requisitos talvez seja a solução, mas até lá espera-se que a humanidade tenha aprendido a utilizar melhor e mais equilibradamente as dádivas que a natureza lhe oferece.

Fonte: João Aranha - USP - Escola de Engenharia de São Carlos

 

 

A História do Petróleo no Brasil

A história do petróleo no Brasil pode ser dividida em quatro fases distintas:

1.º - Até 1938, com as explorações sob o regime da livre iniciativa. Neste período, a primeira sondagem profunda foi realizada entre 1892 e 1896, no Município de Bofete, Estado de São Paulo, por Eugênio Ferreira Camargo.

2.º - Nacionalização das riquezas do nosso subsolo, pelo Governo e a criação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938.

3.º - Estabelecimento do monopólio estatal, durante o Governo do Presidente Getúlio Vargas que, a 3 de outubro de 1953, promulgou a Lei 2004, criando a Petrobras. Foi uma fase marcante na história do nosso petróleo, pelo fato da Petrobras ter nascido do debate democrático, atendendo aos anseios do povo brasileiro e defendida por diversos partidos políticos.

4.º - Fim do monopólio estatal do petróleo, durante o primeiro governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso.

O Setor Petróleo de 1858 até 1938

A história do petróleo no Brasil começou na Bahia, onde, no ano de 1858, o decreto n.º 2266 assinado pelo Marquês de Olinda, concedeu a José Barros Pimentel o direito de extrair mineral betuminoso para fabricação de querosene de iluminação, em terrenos situados nas margens do Rio Marau, na Província da Bahia. No ano seguinte, em 1859, o inglês Samuel Allport, durante a construção da Estrada de Ferro Leste Brasileiro, observou o gotejamento de óleo em Lobato, no subúrbio de Salvador.

Em 1930, setenta anos depois e após vários poços perfurados sem sucesso em alguns estados brasileiros, o Engenheiro Agrônomo Manoel Inácio Bastos, realizando uma caçada nos arredores de Lobato, tomou conhecimento que os moradores usavam uma lama preta, oleosa para iluminar suas residências. A partir de então retornou ao local várias vezes para pesquisas e coletas de amostras, com as quais procurou interessar pessoas influentes, porém sem sucesso, sendo considerado como "maníaco". Em 1932 foi até o Rio de  Janeiro, onde foi recebido pelo Presidente Getúlio Vargas, a quem entregou o relatório sobre a ocorrência de Lobato.

Finalmente, em 1933 o Engenheiro Bastos conseguiu empolgar o Presidente da Bolsa de Mercadorias da Bahia, Sr. Oscar Cordeiro, o qual passou a empreender campanhas visando a definição da existência de petróleo em bases comerciais na área. Diante da polêmica formada, com apaixonantes debates nos meios de comunicação, o Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, Avelino Inácio de Oliveira, resolveu em 1937 pela perfuração de poços na área de Lobato, sendo que os dois primeiros não obtiveram êxito.

Em 29 de julho de 1938, já sob a jurisdição do recém-criado Conselho Nacional de Petróleo - CNP, foi iniciada a perfuração do poço DNPM-163, em Lobato, que viria a ser o descobridor de petróleo no Brasil, quando no dia 21 de janeiro de 1939, o petróleo apresentou-se ocupando parte da coluna de perfuração.

O poço DNPM-163, apesar de ter sido considerado antieconômico, foi de importância fundamental para o desenvolvimento da atividade petrolífera no Estado da Bahia. A partir do resultado desse poço, houve uma grande concentração de esforços na Bacia do Recôncavo, resultando na descoberta da primeira acumulação comercial de petróleo do país, o Campo de Candeias, em 1941.

Até 1938 os capitais privados nacionais e estrangeiros podiam ser aplicados em quaisquer atividades petrolíferas no País. Os capitais internacionais da indústria de petróleo, concentravam-se principalmente nas mãos das empresas resultantes do desmembramento da Standard Oil, norte americana, em 1911, e da Royal Dutch/Shell empresa formada pela união de duas empresas, uma holandesa e outra inglesa. Entretanto, nada de significativo foi feito no País em conseqüência dos seguintes fatores:

· As multinacionais tinham excelentes concessões na Venezuela, no México, no Oriente Médio e em alguns outros países; exploravam o petróleo nesses países a um baixo custo e pagavam baixas taxas e royalties, impostos ou participações. Por esta razão não investiam nada significativo fora das áreas que geologicamente são extremamente favoráveis para conter expressivas jazidas de petróleo.

· Essas empresas dominavam a tecnologia de refino e do transporte internacional; suas grandes refinarias, localizadas principalmente nos seus países de origem, ficavam com a maior parcela do lucro que a atividade proporcionava. Era o monopólio de fato no refino. Assim pagando petróleo a preços ínfimos (reduzindo com isso o repasse para os países que permitiam a exportação no seu território) e vendendo derivados a preços elevados, não havia porque investir em exploração e refino em países como o Brasil;

· O empresariado nacional não tinha tecnologia nem recursos financeiros para investir maciçamente nesse segmento;

· A distribuição dos derivados de petróleo no País era considerada cartelizada.

· O País importava derivados diretamente, mediante operações entre filial-matriz das multinacionais que distribuam os produtos no território nacional, com possibilidade de superfaturamento nas importações;

· Politicamente campanhas eram desenvolvidas para mostrar não só a incapacidade do povo brasileiro para assumir um risco da magnitude do negócio petróleo, e até mesmo eram perseguidos os que defendiam a idéia de que poderia haver petróleo no País.

O Setor Petróleo de 1938 até 1953

 Após 1938 e até 1953 somente à empresas brasileiras era permitido refinar petróleo no País. Isto decorreu de Lei Federal de 1938 que se fundamentava na linha de que o segmento petróleo era estratégico para o País.

No mundo, a distribuição de derivados, a produção de petróleo e o refino continuaram praticamente em mãos das mesmas multinacionais. Isto quer dizer que de 1938 a 1953 o panorama mundial continuou o mesmo:

· Refino concentrado nos países ricos ou em pontos estratégicos como as Antilhas e gerando elevados lucros para essas multinacionais;

· Produção de petróleo a baixo custo e sua pesquisa somente naqueles mesmos já citados países com excelentes perspectivas de descoberta de jazidas de óleo. No entanto, já o México, em 1938, nacionalizara seu petróleo após intensa disputa com os Estados Unidos.

· Distribuição em nível mundial e em nível interno nos países, considerada cartelizada por multinacionais, que assim poderiam impedir, pelo seu poder de compra e importação de derivados, o surgimento de refinarias nos países em desenvolvimento, de propriedade de capitais nacionais.

Não há, assim, razão lógica para se acreditar que as multinacionais poderiam ter se interessado pelo Brasil na área de refino e de produção de óleo. Nenhum país sem amplas perspectivas de produção de óleo merecia os investimentos das multinacionais como nenhum país subdesenvolvido foi contemplado com instalação de refinarias, salvo se integrado aos esquemas internacionais de refino do Cartel das Sete Irmãs, nome cunhado mais tarde pelo Presidente da Ente Nationale de Idrocarburi (ENI), estatal italiana, Enrico Mattei, para designar a união das multinacionais que dominam o mercado mundial. Pequenas refinarias foram construídas em alguns países, porém com esquemas de refino voltados para os interesses de  do mercado dos EUA, ou para aproveitar pequenas produções locais de óleo; neste caso, os altos custos do transporte de derivados justificavam a construção de pequenas refinarias mais simples, na verdade pequenas destilarias primárias de petróleo.

Em 1938 foi criado o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), com a incumbência de explorar petróleo e de participar na criação de parque refinador no País. Em 1941 jorrou petróleo comercial pela primeira vez, resultante de trabalhos do CNP, sendo que em 1939 ocorrera a descoberta de petróleo na Bahia, em função dos trabalhos desenvolvidos por Oscar Cordeiro e pelo CNP.

Em decorrência do grande racionamento de combustíveis imposto por ocasião da 2ª Guerra Mundial - 1939/1945 - da pequena escala dos investimentos privados na área do petróleo e do direcionamento, no mundo, dos investimentos das multinacionais para áreas de seu exclusivo interesse, um forte movimento político e popular tomou conta do País, resultando, em 1953, na instituição do Monopólio Estatal do Petróleo e na criação da PETROBRÁS, para executá-lo em nome da União.

A industria do petróleo tinha quase 100 anos. No mundo, constituía-se no maior negócio, era o ponto nevrálgico de ação de todos os governos e de revoluções e guerras. As pressões internacionais relacionadas com o petróleo eram marcantes.

O País já tinha em 1953 um consumo de 150.000 barris por dia de derivados e contava com uma refinaria particular do Grupo Ipiranga, de 6.000 barris por dia; e uma refinaria na Bahia operada pelo CNP com capacidade de 3.700 barris por dia; quase no final do debate que caminhava para a instituição do Monopólio da União, três grupos empresariais receberam concessões para construir três refinarias. Foram então construídas as refinarias de Manaus, de 5.000 barris por dia e inaugurada em 1957, a Refinaria de Manguinhos, de 10.000 barris por dia e inaugurada em 1954, e a refinaria de Capuava, inaugurada em 1954, com 20.000 barris por dia.

Como já citado, o CNP operava desde 1950 uma refinaria de 3.700 barris por dia na Bahia e construía uma refinaria em Cubatão, de 45.000 barris por dia, inaugurada em 1955.
A produção de petróleo no País, após o esforço do CNP, atingiu a 25.000 barris por dia, valor muito baixo quando comparado à demanda.

Assim, o País se via em 1953, como era a regra no mundo, exceto para alguns poucos países, sem produção de petróleo e sem refino em escala suficiente para atender ao mercado nacional.
É bom lembrar que o lucro da atividade no País estava na distribuição de derivados, praticamente nas mãos das multinacionais e, portanto, não havia a geração interna de recursos para se investir no petróleo. Por outro lado, o lucro na atividade de petróleo no mundo estava na transformação, em refinarias dos países ricos, do óleo barato do Oriente Médio e seu manuseio até as distribuidoras dos países importadores de derivados, que pagavam preços considerados elevados por esses produtos.

Somente a instalação de um parque de refino no País, com escala, poderia reverter a situação de carência de recursos e nele desenvolver e indústria petrolífera, já que todos os esforços que se faziam para descobrir petróleo não apresentavam resultados compensadores. Além disso, o refino nacional teria que contar com o mercado nacional, sob pena de as multinacionais continuarem importando derivados de suas matrizes, inviabilizando-o por "dumping", comum na época, ou por recusa de compra de um outro derivado de petróleo, o que seria fatal para o refinador. O petróleo contém todos os produtos e ao refiná-lo TODOS os derivados são produzidos; perda de mercado para um derivado determina fechamento de refinaria.

Neste período desenvolveu-se a experiência do Grupo Ipiranga, primeira tentativa nacional significativa para romper o fechado círculo das multinacionais. Pelas notícias que se têm não foi fácil para a Ipiranga conseguir mercado para seus produtos, já que tinha que conseguir o petróleo do exterior e depender do mercado interno dominado pelas multinacionais.

Com a instalação da Petrobras, em 10 de maio de 1954, portanto, sete meses após sua criação, o Brasil trilhou um caminho diferente tendo nas suas próprias mãos o destino da indústria que alimenta o mundo de energia. O sucesso de tal empreitada se mostra nos resultados obtidos pelo povo brasileiro através da estatal do petróleo.

Fonte: Sindipetro

 

Retirado do site da Petrobras dez perguntas para voçê entender o pré-sal:

 

O termo pré-sal refere-se a um conjunto de rochas localizadas nas porções marinhas de grande parte do litoral brasileiro, com potencial para a geração e acúmulo de petróleo. Convencionou-se chamar de pré-sal porque forma um intervalo de rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de sal, que em certas áreas da costa atinge espessuras de até 2.000m. O termo pré é utilizado porque, ao longo do tempo, essas rochas foram sendo depositadas antes da camada de sal. A profundidade total dessas rochas, que é a distância entre a superfície do mar e os reservatórios de petróleo abaixo da camada de sal, pode chegar a mais de 7 mil metros.

As maiores descobertas de petróleo, no Brasil, foram feitas recentemente pela Petrobras na camada pré-sal localizada entre os estados de Santa Catarina e Espírito Santo, onde se encontrou grandes volumes de óleo leve. Na Bacia de Santos, por exemplo, o óleo já identificado no pré-sal tem uma densidade de 28,5º API, baixa acidez e baixo teor de enxofre. São características de um petróleo de alta qualidade e maior valor de mercado.

 

Os primeiros resultados apontam para volumes muito expressivos. Para se ter uma ideia, só a acumulação de Tupi, na Bacia de Santos, tem volumes recuperáveis estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente (óleo mais gás). Já o poço de Guará, também na Bacia de Santos, tem volumes de 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo leve e gás natural, com densidade em torno de 30º API.

 

Com base no resultado dos poços até agora perfurados e testados, não há dúvida sobre a viabilidade técnica e econômica do desenvolvimento comercial das acumulações descobertas. Os estudos técnicos já feitos para o desenvolvimento do pré-sal, associados à mobilização de recursos de serviços e equipamentos especializados e de logística, nos permitem garantir o sucesso dessa empreitada. Algumas etapas importantes dessa tarefa já foram vencidas: em maio deste ano a Petrobras iniciou o teste de longa duração da área de Tupi, com capacidade para processar até 30 mil barris diários de petróleo. Um mês depois a Refinaria de Capuava (Recap), em São Paulo, refinou o primeiro volume de petróleo extraído da camada pré-sal da Bacia de Santos. É um marco histórico na indústria petrolífera mundial.

 

Em 2004 foram perfurados alguns poços em busca de óleo na Bacia de Santos. É que ali haviam sido identificadas, acima da camada de sal, rochas arenosas depositadas em águas profundas, que já eram conhecidas. Se fosse encontrado óleo, a ideia era aprofundar a perfuração até chegar ao pré-sal, onde os técnicos acreditavam que seriam encontrados grandes reservatórios de petróleo.

Em 2006, quando a perfuração já havia alcançado 7.600m de profundidade a partir do nível do mar, foi encontrada uma acumulação gigante de gás e reservatórios de condensado de petróleo, um componente leve do petróleo. No mesmo ano, em outra perfuração feita na Bacia de Santos, a Companhia e seus parceiros fizeram nova descoberta, que mudaria definitivamente os rumos da exploração no Brasil. A pouco mais de 5 mil metros de profundidade, a partir da superfície do mar, veio a grande notícia: o poço, hoje batizado de Tupi, apresentava indícios de óleo abaixo da camada de sal. O sucesso levou à perfuração de mais sete poços e em todos encontrou-se petróleo. O investimento valeu a pena.

 

Essas descobertas elevarão a empresa, ao longo dos próximos anos, a um novo patamar de reservas e produção de petróleo, colocando-a em posição de destaque no ranking das grandes companhias operadoras. Com a experiência adquirida no desenvolvimento de campos em águas profundas da Bacia de Campos, os técnicos da Petrobras estão preparados, hoje, para desenvolver as acumulações descobertas no pré-sal. Para isso, já estão promovendo adaptações da tecnologia e da logística desenvolvidas pela empresa ao longo dos anos.

 

Diante do grande crescimento previsto das atividades da companhia para os próximos anos, tanto no pré-sal quanto nas demais áreas onde ela já opera, a Petrobras aumentou substancialmente os recursos programados em seu Plano de Negócios. São investimentos robustos, que garantirão a execução de uma das mais consistentes carteiras de projetos da indústria do petróleo no mundo. Serão novas plataformas de produção, mais de uma centena de embarcações de apoio, além da maior frota de sondas de perfuração a entrar em atividade nos próximos anos.

A construção das plataformas P-55 e P-57, entre outros projetos já encomendados à indústria naval, garantirá a ocupação dos estaleiros nacionais e de boa parte da cadeia de bens e serviços offshore do país. Só o Plano de Renovação de Barcos de Apoio, lançado em maio de 2008, prevê a construção de 146 novas embarcações, com a exigência de 70% a 80% de conteúdo nacional, a um custo total orçado em US$ 5 bilhões. A construção de cada embarcação vai gerar cerca de 500 novos empregos diretos e um total de 3.800 vagas para tripulantes para operar a nova frota.

 

 

Sim. Ela está direcionando grande parte de seus esforços para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico que garantirão, nos próximos anos, a produção dessa nova fronteira exploratória. Um exemplo é o Programa Tecnológico para o Desenvolvimento da Produção dos Reservatórios Pré-sal (Prosal), a exemplo dos bem-sucedidos programas desenvolvidos pelo seu Centro de Pesquisas (Cenpes), como o Procap, que viabilizou a produção em águas profundas. Além de desenvolver tecnologia própria, a empresa trabalha em sintonia com uma rede de universidades que contribuem para a formação de um sólido portfólio tecnológico nacional. Em dezembro o Cenpes já havia concluído a modelagem integrada em 3D das Bacias de Santos, Espírito Santo e Campos, que será fundamental na exploração das novas descobertas.

 

Esse é outro grande desafio: a capacidade instalada da indústria de bens e serviços ainda é insuficiente para atender às demandas previstas. Diante disso, a Petrobras recorrerá a algumas vantagens competitivas já identificadas, para fomentar o desenvolvimento da cadeia de suprimentos. Graças à sua capacidade de alavancagem, pelo volume de compras, a empresa tem condições de firmar contratos de longo prazo com seus fornecedores. Uma garantia e tanto para um mercado em fase de expansão. Além disso, pode antecipar contratos, dar suporte a fornecedores estratégicos, captar recursos e atrair novos parceiros. Tudo isso alicerçado num programa agressivo de licitações para enfrentar os desafios de produção dos próximos anos.

 

Em primeiro lugar, a inegável competência de seu corpo técnico e gerencial, reconhecida mundialmente; a experiência acumulada no desenvolvimento dos reservatórios em águas profundas e ultraprofundas das outras bacias brasileiras; sua base logística instalada no país; a sua capacidade de articulação com fornecedores de bens e serviços e com a área acadêmica no aporte de conhecimento; e o grande interesse econômico e tecnológico que esse desafio desperta na comunidade científica e industrial do país.

 

De fato, as descobertas no pré-sal deixam a Petrobras em situação semelhante à vivida na década de 80, quando foram descobertos os campos de Albacora e Marlim, em águas profundas da Bacia de Campos. Com aqueles campos, a Companhia identificava um modelo exploratório de rochas que inauguraria um novo ciclo de importantes descobertas. Foi a era dos turbiditos, rochas-reservatórios que abriram novas perspectivas à produção de petróleo no Brasil. Com o pré-sal da Bacia de Santos, inaugura-se, agora, novo modelo, assentado na descoberta de óleo e gás em reservatórios carbonáticos, com características geológicas diferentes. É o início de um novo e promissor horizonte exploratório.

Tópico: Historia do petroleo

Data 14/04/2017
De ODELSON
Assunto PETROLEO

A hiatoria do petroleo e sua aplicabilidade no mundo moderno é um recurso que se torna quase que indispensavel para que toda a raça humana possa se desenvolver tecnologicamente.

 

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 O Petróleo

O petróleo é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cheiro característico e de cor variando entre o negro e o castanho escuro.

Embora objeto de muitas discussões no passado, hoje tem-se como certa a sua origem orgânica, sendo uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio.    

Admite-se que esta origem esteja ligada à decomposição dos seres que compõem o plâncton - organismos em suspensão nas águas doces ou salgadas tais como protozoários, celenterados e outros - causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias.

Estes seres decompostos foram, ao longo de milhões de anos, se acumulando no fundo dos mares e dos lagos, sendo pressionados pelos movimentos da crosta terrestre e transformaram-se na substância oleosa que é o petróleo.Ao contrário do que se pensa, o petróleo não permanece na rocha que foi gerado - a rocha matriz - mas desloca-se até encontrar um terreno apropriado para se concentrar.

Estes terrenos são denominados bacias sedimentares, formadas por camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários. O petróleo aloja-se ali, ocupando os poros rochosos como forma "lagos". Ele acumula-se, formando jazidas. Ali são encontrados o gás natural, na parte mais alta, e petróleo e água nas mais baixas.

Fonte: Petrobrás
 

O refino do petróleo

Apesar da separação da água, óleo, gás e sólidos produzidos, ocorrer em estações ou na própria unidade de produção, é necessário o processamento e refino da mistura de hidrocarbonetos proveniente da rocha reservatório, para a obtenção dos componentes que serão utilizados nas mais diversas aplicações (combustíveis, lubrificantes, plásticos, fertilizantes, medicamentos, tintas, tecidos, etc..). As técnicas mais utilizadas de refino são:I) destilação, II) craqueamento térmico, III) alquilação e IV) craqueamento catalítico.

 

 

 

 

 

 

 

 Em média, o petróleo bruto contém os seguintes elementos ou compostos:

  • carbono - 84%
  • hidrogênio - 14%
  • enxofre - de 1 a 3% (sulfeto de hidrogênio, sulfetos, dissulfetos, enxofre elementar)
  • nitrogênio - menos de 1% (compostos básicos com grupos amina)
  • oxigênio - menos de 1% (encontrado em compostos orgânicos como o dióxido de carbono, fenóis, cetonas e ácidos carboxílicos)
  • metais - menos de 1% (níquel, ferro, vanádio, cobre, arsênio)
  • sais - menos de 1% (cloreto de sódio, cloreto de magnésio, cloreto de cálcio

 

 

 

 

Fonte: Petrobrás

O transporte do petróleo

Pelo fato dos campos petrolíferos não serem localizados, necessariamente, próximos dos terminais e refinarias de óleo e gás, é necessário o transporte da produção através de embarcações, caminhões, vagões, ou tubulações (oleodutos e gasodutos).

Fonte: Petrobrás
 

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